A cirurgia oncológica é uma especialidade que estuda os padrões de desenvolvimento do câncer no organismo e quais são as medidas de tratamento mais adequadas para cada tipo de tumor.
É de grande importância o conhecimento sobre a doença, seu desenvolvimento, os mecanismos de disseminação, os cuidados na manipulação cirúrgica e retirada do tumor, assim como a indicação cirúrgica com benefício para o doente.
Esses cuidados específicos da cirurgia oncológica são capazes de influenciar a mortalidade e morbidade pós-operatórias, a evolução da doença, o intervalo livre de doença, a sobrevida, assim como a taxa de recidiva e consequentemente a qualidade de vida de pacientes portadores de câncer.
A cirurgia oncológica hoje pode ter finalidade:
Curativa – com intuito de cura em busca do tratamento radical, que compreende a retirada completa do tumor com margens de segurança e quando indicada linfadenectomia das cadeias linfáticas pertinentes a sede do tumor primário.
Diagnóstica – realização de biópsias para diagnóstico histopatológico e definição da propedêutica.
Paliativa – objetivando ganho na qualidade de vida, com finalidade de reduzir ou controlar sintomas decorrentes da presença do tumor obtendo finalidade paliativa.
Preventiva – Indicação cirúrgica em população de risco através de identificação de alterações de estudos genéticos ou histórico familiar, ou quando se identifica, a partir de exames prévios lesões pré malignas estabelecidas.
A formação de um cirurgião oncológico
A formação de um cirurgião oncológico é de 12 anos. Os 6 anos da graduação de medicina somados inicialmente a 3 anos de residência médica em cirurgia geral e posteriormente mais 3 anos de especialização voltada exclusivamente ao tratamento cirúrgico do câncer, a cancerologia cirúrgica. Esse amplo período de formação permite que o cirurgião oncológico esteja apto a tratar os pacientes de forma global, juntamente com o oncologista clínico e o radioterapeuta quando se faz necessário.
Outro ponto importante é o acompanhamento das fases do tratamento, orientando e proporcionando equipe multidisciplinar, visando diferentes aspectos da doença, desde o ponto de vista psicológico, nutricional e das implicações da doença à família e ao paciente.
O papel do cirurgião oncológico começa com o diagnóstico. Após essa etapa, o especialista trabalha em conjunto com a equipe de cuidados do paciente para determinar o melhor plano de tratamento – que pode incluir a cirurgia como parte de um tratamento mais amplo, como a radioterapia ou a quimioterapia.
Durante a cirurgia, o cirurgião oncológico trabalha com precisão e habilidade para remover o tumor do corpo, evitando ao máximo danificar tecidos saudáveis ao redor.
O objetivo é remover todo o tumor e prevenir sua recorrência, além de preservar a função dos órgãos afetados na medida do possível.
Depois da cirurgia, o cirurgião oncológico trabalha em conjunto com a equipe de cuidados do paciente para monitorar e garantir que o paciente esteja se recuperando adequadamente.
Eles também ajudam a identificar quaisquer complicações e fornecem suporte adicional para o paciente, conforme necessário.
O papel do cirurgião oncológico vai muito além do procedimento cirúrgico. É um profissional crucial no tratamento do câncer que, juntamente com outros profissionais de saúde, ajuda os pacientes a enfrentar a doença com segurança, esperança e confiança.
Dra. Rita Rocha – Cirurgiã e Oncologista
CRM: 1092936-RJ / RQE RJ 39151